Má notícia! Governo aumenta IOF e contas globais e cartão de crédito vão ficar mais caros
ATUALIZAÇÃO: Nessa sexta-feira (23/05), o governo publicou um novo decreto que recua com parte das decisões anunciadas ontem. Em resumo, a alíquota para aplicações de investimentos de fundos nacionais no exterior volta a ser zero e as remessas de pessoas físicas para investimentos no exterior permanecem com taxa de 1,1%.
O governo federal anunciou nesta quinta-feira (22) o aumento de alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A partir de amanhã (23), a taxa passa a ser unificada em 3,5% incluindo:
- Operações de câmbio com cartões de crédito, débito e pré-pagos internacionais;
- Compra de moeda estrangeira em espécie;
- Remessas ao exterior;
- Empréstimos externos de curto prazo (até 364 dias);
- Aplicações financeiras.
Além da alíquota unificada de 3,5%, as operações de câmbio não especificadas terão IOF de 0,38% na entrada de recursos no país. A alíquota zero será mantida apenas para operações comerciais, remessas de lucros e dividendos, ingresso e retorno de capital estrangeiro.
Com a medida, o governo estima arrecadar cerca de R$ 20 bilhões ainda em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026.
Novo IOF: o que muda na prática?
Contas globais e cartões de crédito
Certamente, o maior impacto é para os viajantes que usam contas digitais globais para comprar dólar e outras moedas, caso da Nomad, Wise, Revolut e outras. Até então, a alíquota para essas transações era de apenas 1,1% e o aumento para 3,5% é bem expressiva.
Veja uma simulação comparando as taxas:
| Valor em Dólares | Valor em Reais | IOF (até 22/05) 1,1% | IOF (a partir de 23/05) 3,5% |
| US$ 1.000 | R$ 5.720 | R$ 62,92 | R$ 200,20 |
Outro ponto importante é que, a partir de agora, as contas digitais globais e cartões de crédito passam a ter a mesma taxa de IOF. A diferença, no entanto, é que a maioria dos cartões de crédito, principalmente dos bancos tradicionais, costuma ter um spread mais alto, que ainda deixa o custo final mais alto se comparado às contas digitais.
Vale lembrar que alguns cartões de crédito, como os cartões Porto Bank, possuem IOF zero e podem ser uma alternativa para reduzir custos em compras internacionais.
A notícia é especialmente ruim, pois havia uma previsão de que o Brasil zeraria o IOF. Desde 2022, a taxa do imposto vinha caindo gradualmente 1% ao ano, chegando a 3,38% em janeiro de 2025, com expectativas de ser zerada até 2028. Mas, pelo que tudo indica, os planos mudaram no caminho.
Ruim para quem atrasa o cartão de crédito
A nova alíquota de 3,5% também impacta operações de crédito, como empréstimos e parcelamentos. Isso significa que, se você atrasar o pagamento da fatura do cartão de crédito ou optar por parcelá-la, o custo da operação ficará ainda mais alto. O IOF é aplicado sobre o valor financiado e incide diariamente, somando-se aos juros cobrados pela instituição financeira.
Na prática, isso torna o crédito rotativo e o parcelamento de fatura ainda menos vantajosos, elevando significativamente o valor final da dívida. É mais um motivo para manter o controle financeiro em dia e evitar entrar no crédito rotativo sempre que possível.
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